Dados do Trabalho
Título
POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA FARINHA DE CASCA DE TANGERINA (Citrus reticulata)
Introdução
A tangerina (Citrus reticulata) é uma das frutas cítricas mais importantes na citricultura mundial, onde o Brasil é considerado o maior processador e o quarto maior produtor. Entretanto, no processamento da tangerina não há o aproveitamento do fruto em sua totalidade, gerando uma grande quantidade de cascas que são desprezadas. Estudos demonstram que a utilização de cascas de frutas para obtenção de farinhas não convencionais, é uma alternativa sustentável de aproveitamento de forma integral do fruto. Com isto pode-se reduzir o desperdício e utilizar estes produtos para enriquecer nutricionalmente outros produtos, como pães, massas e biscoitos, pois os antioxidantes presentes em frutas e vegetais, principalmente nas cascas, desempenham um papel importante na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis me também protegem o organismo contra os radicais livres. O objetivo deste estudo foi utilizar a casca de tangerina na elaboração de farinha alimentícia não convencional, avaliando seu potencial antioxidante.
Material e Métodos
Para isso, as cascas de tangerina foram secas em fritadeira do tipo Air fryer a 200°C por 30 minutos, e após foram moídas em liquidificador doméstico, dando origem a farinha. A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade de sequestro do radical estável DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila), expressando o resultado em % de inibição ± desvio padrão. Também, foi realizada a análise de umidade da farinha.
Resultados e Discussão
A farinha de casca de tangerina apresentou uma atividade antioxidante de 83,44±1,65% de inibição. Os resultados encontrados na literatura demonstram que a atividade antioxidante do endocarpo (gomo) de diferentes variedades de tangerina variou entre 12,78 e 29,30% de inibição. Estudos também relatam que os teores de antioxidantes são superiores no epicarpo (cascas) das tangerinas, por estes serem considerados mecanismos de defesa destes vegetais, justificando o seu aproveitamento. A umidade final da farinha foi de 4,7±0,12%, estando de acordo com a legislação, onde o teor máximo permitido de umidade é de 15,00%.
Conclusão
Conclui-se que os resultados corroboram com a viabilidade da utilização de resíduos agroindustriais na elaboração farinhas, pois além de agregar teores elevados de antioxidantes aos alimentos, é uma alternativa sustentável para evitar o descarte inadequado das cascas no meio ambiente.
Área
Alimentos não convencionais: fontes alternativas
Instituições
Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
GABRIELA AVELLO CREPALDI, Lucas da Silva Barboza, Raquel Moreira Oliveira, Kátia Gomes da Silva, Pamela Haissa de Oliveira Sampaio, Júlia Fagundes Trojahn, Andressa Carolina Jacques, Rui Carlos Zambiazi