Dados do Trabalho


Título

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO PÓ LIOFILIZADO DA POLPA E CASCA DO GUABIJÚ

Introdução

O Brasil destaca-se pela vasta diversidade de vegetação, abrigando espécies nativas com propriedades nutricionais e bioativas de alto valor econômico. Entre elas destaca-se o Guabijú (Myrcianthes pungens), um fruto pequeno, com casca aveludada, coloração arroxeada quando maduro, e que apresenta elevado potencial em compostos bioativos. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo determinar as propriedades da polpa e da casca do Guabijú após o processo de secagem.

Material e Métodos

Para isso, polpas e cascas de frutos maduros, colhidos no mês de janeiro de 2024, no município de Chapecó, Santa Catarina, Brasil (Latitude -27.097171152925476 e Longitude -52.685478575489846) foram liofilizadas a -60 °C sob pressão de 0,05 mTorr por 72 horas, seguido de trituração e homogeneização em peneira 32 mesh. As análises físico-químicas incluíram determinação de umidade, atividade de água, acidez, cor instrumental, cinzas, proteínas, fibra alimentar total, lipídeos e carboidratos.

Resultados e Discussão

Observou-se diferença estatística significativa (p<0,05) na umidade e atividade de água entre a polpa (21,19%±0,51% e 0,328±0,004, respectivamente) e a casca (14,20%±0,47% e 0,292±0,006, respectivamente). Essa disparidade pode ser atribuída à maior quantidade de carboidratos presentes na polpa (48,48%) comparada com a casca (32,19%), pois atuam como agentes de retenção de umidade durante a liofilização. A acidez da polpa (1,87%±0,06%) foi superior à da casca (1,27%±0,06%). A casca apresentou maiores teores (p<0,05) de fibras, lipídios e proteínas, com 41,78%±0,64%, 1,58%±0,07% e 7,60%±0,31%, respectivamente, enquanto a polpa exibiu 19,92%±0,29% de fibras, 0,63%±0,06% de lipídios e 6,78%±0,41% de proteínas. Os resultados da análise colorimétrica revelaram que a polpa (54,57±0,91) é mais clara (L*) que a casca (25,07 ± 0,11). Já os parâmetros de cor croma e ângulo Hue da polpa foram 35,21±0,53 e 1,55±0,02, respectivamente, enquanto a casca foi 16,01±0,11 e -0,35±0,11, respectivamente.

Conclusão

Conclui-se que a polpa e a casca do guabijú possuem coloração vermelha/violeta, indicativa de elevado teor de compostos antioxidantes. A polpa também se destaca por uma significativa quantidade de carboidratos e a casca por fibra alimentar total. Essas descobertas contribuem para o avanço do conhecimento sobre as propriedades nutricionais e bioativas do Guabijú e seu potencial aproveitamento na indústria.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Instituições

UDESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

LICIANI INAE PUTTI, GEORGIA RAQUEL ANE SEHN, LUANA BETTANIN, DARLENE CAVALHEIRO