Dados do Trabalho

Título

PRODUÇÃO DE COLÁGENO A PARTIR DO OSSO BOVINO – CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO AO COPRODUTO SOB EFEITO DE ÁCIDOS E PROTEASE

Introdução

A sustentabilidade tem exercido apelo na inclusão de coprodutos agropecuários na cadeia produtiva brasileira, como a valorização do colágeno tipo I de resíduos ósseos bovino. Porém, o potencial biotecnológico do colágeno ósseo tem sido desperdiçado devido à resistência natural do osso aos processos de obtenção. Isso ressalta a importância de investigações a partir do resíduo e o objetivo foi viabilizar o reaproveitamento do resíduo ósseo bovino através da produção do colágeno, pelos processos de desmineralização por ácidos e hidrólise por protease, caracterizando os efeitos do processo no osso e no colágeno.

Material e Métodos

O resíduo ósseo bovino foi obtido em abatedouro e beneficiado. O osso foi seco a 60 °C/24 h e moído em moinhos de martelo e de alta eficiência energética. Em seguida, foi fervido a 100 °C/60 min para remoção completa da gordura. O osso foi desmineralizado por solubilização em ácido acético 1 M, seguido de ácido lático 1 M, ambos a 37 °C/3 h/200 rpm. Por fim, o colágeno foi obtido pela hidrólise por protease a pH 10/60 °C/6 h/180 rpm. O osso bruto e o osso desmineralizado foram caracterizados pelos conteúdos de nitrogênio e cálcio. O colágeno foi caracterizado por conteúdo de nitrogênio, microscopia de varredura e espectroscopia por energia dispersiva (MEV-EDS). As triplicatas foram comparadas por ANOVA e teste Tukey a 5% de significância.

Resultados e Discussão

O osso bruto e o osso desmineralizado apresentaram respectivamente 25% e 58% de conteúdo de nitrogênio e 1038 mg/kg e 886 mg/kg de conteúdo de cálcio, indicando a perda do cálcio no processo e a disponibilidade dos peptídeos de colágeno tipo I para a hidrólise. O colágeno apresentou 44% de conteúdo de nitrogênio e os resultados MEV-EDS apresentaram predominância de 66% do elemento carbono.

Conclusão

Os processos de desmineralização por ácidos e hidrólise por protease foram precisos para a obtenção dos peptídeos de colágeno tipo I do osso bovino, o que viabiliza a obtenção do colágeno ósseo para aplicações associadas aos seus potenciais biotecnológicos, impulsionando diretamente o desenvolvimento de produtos proteicos. Concluindo, a investigação tornou viável o reaproveitamento do resíduo ósseo bovino e as caracterizações demonstraram o colágeno ósseo como coproduto proteico.