Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE LEITE BOVINO DOS GENÓTIPOS A1A2 E A2A2 DA BETA-CASEÍNA

Introdução

A β-caseína representa aproximadamente 35% do total das caseínas do leite,
sendo que as β-caseínas A1 e A2 são as mais prevalentes. A β-casomorfina-7 (BCM-7),
composto que pode causar desconforto intestinal ou reações alérgicas em consumidores
de leite, pode ser liberada durante a digestão da β-caseína A1. No entanto, sua liberação
durante a digestão da β-caseína A2 é insignificante ou inexistente. Estudos têm sido
realizados com o intuito de correlacionar características genéticas do animal e o teor de
gordura do leite. No entanto, poucas pesquisas investigaram a relação entre os genótipos
da β-caseína e a composição da fração de gordura do leite. Neste sentido, esse estudo
teve como objetivo determinar e verificar possíveis diferenças na composição de ácidos
graxos de leite bovino A1A2 e A2A2.

Material e Métodos

Para isto, os lipídeos foram extraídos e
submetidos ao processo de metilação, e posteriormente, analisados em cromatógrafo
gasoso acoplado ao detector de ionização de chama.

Resultados e Discussão

No geral, foram identificados 16
ácidos graxos saturados, 8 ácidos graxos monoinsaturados e 8 ácidos graxos poliinsaturados. Nas amostras, os compostos mais abundantes foram o ácido palmítico
(30,19 a 31,86 %), o ácido oleico (26,41 a 26,88 %) e o ácido esteárico (14,84 a 17,86
%). O C18:0, C16:1, C17:1, C18:1 trans-11, C18:1 cis-7, C18:2, α-C18:3, C20:1 e o
C20:3 cis n3,6,9, apresentaram maiores concentrações no leite A2A2 em relação ao leite
A1A2. O composto γ – C18:3 não foi detectado no leite bovino heterozigoto A1A2. Os
ácidos conjugados CLAS c9, t11 e o CLAS c12, t10 foram detectados em ambas amostras e não tiveram diferença significativa (p>0,05), apresentando teores médios de
0,66 % e 0,17 %, respectivamente.

Conclusão

Diante disto, os dados exploratórios obtidos nesse
trabalho mostram que os leites de vacas homozigota e heterozigota para beta-caseína
possuem diferenças quanto ao perfil de ácidos graxos. Essas informações podem
contribuir com os produtores para a produção de produtos lácteos com características
exclusivas, mais saudáveis e de valor agregado. Além disso, os possíveis marcadores
dos leites têm potencial para auxiliar as indústrias e os órgãos fiscalizadores na
identificação da autenticidade do leite A2.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

LEILA SILVA E CASTRO, LOHANNE FRANCINO DOS SANTOS, LORAYNE DA SILVA MELO MOREIRA, MANOELA MEIRA BALZAN, ROGER WAGNER, ANDRÉA ALVES SIMIQUELI, MILTON DE JESUS FILHO