Dados do Trabalho

Título

ESTAFILOCOCOS: DESAFIO MICROBIOLÓGICO NA PRODUÇÃO DE LEITE OVINO

Introdução

A produção de leite ovino no Sul do Brasil tem crescido de maneira consistente e a qualidade microbiológica desse produto possui significativos desafios relacionados ao adequado manejo na ordenha e na sanidade animal, fatores fundamentais para assegurar a integridade do leite e seus derivados. Os estafilococos afetam a qualidade microbiológica do leite, pois são um importante grupo de bactérias patogênicas. Mais especificamente, a presença de estafilococos coagulase-positiva já que representam uma preocupação significativa devido à sua capacidade de produzir enterotoxinas termorresistentes passíveis de provocar intoxicação alimentar em humanos. Dentro desta problemática, o presente estudo objetivou determinar a prevalência deste tipo de microrganismo em amostras de leite cru ovino.

Material e Métodos

As amostras (n=20) foram coletadas em duas propriedades do Oeste de Santa Catarina, encaminhadas ao Laboratório de Biologia Molecular, Imunologia e Microbiologia (LABMIM) da UDESC em Chapecó, SC sob refrigeração, e avaliadas utilizando a metodologia Petrifilm™, seguida pelo teste de coagulase com plasma de coelho.

Resultados e Discussão

Foi detectado que 65,0% (13/20) das amostras eram positivas para estafilococos, e destas 92,3% (12/13) apresentaram-se positivas para coagulase. Apesar da análise de estafilococos coagulase-positiva ser obrigatória em derivados lácteos, a Instrução Normativa n° 76 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2018) não menciona critérios microbiológicos que abordem a detecção de microrganismos patogênicos em leite cru, e para o leite pasteurizado o único parâmetro microbiológico avaliado é a contagem de enterobactérias. Os resultados preliminares desta pesquisa revelam uma proporção significativa de estafilococos coagulase-positiva, destacando a importância de investigar sua presença em amostras de origem láctea de origem ovina. A ocorrência de cepas patogênicas pode estar relacionada a diversos fatores, incluindo imprecisão no manejo higiênico-sanitário na ordenha, e nas práticas na manipulação e processamento do leite. Diante disso, ressalta-se a necessidade de medidas preventivas e corretivas robustas ao longo da cadeia de produção do leite, de modo a mitigar os riscos à saúde pública.

Conclusão

Esta pesquisa revela a necessidade de monitoramento constante deste tipo de alimento, além da necessidade de melhorias no manejo higiênico-sanitário da ordenha, e nas práticas de manipulação e processamento do leite, de modo a mitigar os riscos à saúde pública.