Dados do Trabalho


Título

FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO COM DIFERENTES ESPÉCIES DE TRICHODERMA PARA VALORAÇÃO DE BAGAÇO DE MALTE

Introdução

O bagaço de malte é um subproduto do processamento da cerveja, que em média corresponde a 200 g por litro de cerveja produzida. Uma das alternativas para o tratamento desse resíduo é a fermentação em estado sólido (FES), processo que utiliza microrganismos, principalmente fungos filamentosos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a produção e disponibilização de proteínas e compostos fenólicos totais (CFT) durante a FES do bagaço de malte com diferentes cepas de Trichoderma spp.

Material e Métodos

A fermentação foi realizada em biorreatores tipo bandeja. O bagaço de malte foi padronizado quanto a granulometria (0,30 mm) e esterilizado. Posteriormente a umidade do meio foi ajustada a 50% e os fungos (Trichoderma harzianum, Trichoderma koningii, Trichoderma virens) foram inoculados a 30 ºC durante 48 horas. Em seguida, foi analisado o teor de proteínas pelo método micro Kjeldahl. O teor de CFT foi avaliado pelo método de Folin-Ciocalteu, utilizando curva analítica (50 a 500 mg L-1) de ácido gálico, sendo os resultados expressos em equivalente de ácido gálico (EAG).

Resultados e Discussão

Os teores de proteínas obtidos na FES por T. harzianum e T. virens foram semelhantes (p>0,05), sendo eles 29,93 e 29,05 g 100g-1 respectivamente. Já a FES por T. koningii apresentou maior teor de proteínas (32,60 g 100g-1), cujo valor foi ~ 9% maior (p<0,05), em comparação às demais espécies avaliadas. Para o teor de CFT houve diferença (p<0,05) entre as três espécies, com a seguinte ordem T. virens (153,68 mg EAG 100g-1)> T. koningii (139,35 mg EAG 100g-1) > T. harzianum (122,65 mg EAG 100g-1). Diante dos resultados obtidos observa-se que há uma diferença na adaptação dos fungos estudados com relação ao substrato utilizado, acarretando teores distintos de proteínas e CFT. No entanto, todos os teores encontrados para proteínas e CFT após a fermentação foram maiores ao encontrado no bagaço de malte não fermentado, os quais foram 23,70 mg EAG100g-1 e 35,77 mg EAG 100g-1, respectivamente. Portanto, este estudo mostrou que a FES de bagaço de malte é uma alternativa para agregar valor ao mesmo, proporcionando aumento de 30% no teor proteico ao utilizar o fungo T. koningii e de 330% no teor de CFT ao empregar o fungo T. virens em comparação ao bagaço de malte não fermentado.

Conclusão

Portanto, este estudo mostrou que a FES de bagaço de malte é uma alternativa para agregar valor ao mesmo, proporcionando aumento de 30% no teor proteico ao utilizar o fungo T. koningii e de 330% no teor de CFT ao empregar o fungo T. virens.

Área

Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos

Instituições

Universidade Estadual de Maringpa - Paraná - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

BEATRIZ CERVEJEIRA BOLANHO BARROS, Lucas Correia Silva, Larine Kupski, Grasiele Scaramal Madrona