Dados do Trabalho
Título
ELABORAÇÃO E FABRICAÇÃO DE GELEIA DE AMORA ADICIONADA DE SPIRULINA E CHOLORELLA EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES
Introdução
Chlorella e Spirulina são microalgas que se desenvolvem em ambientes úmidos, produzindo biomassa de elevado valor bioquímico, nutricional e funcional. Sua incorporação em alimentos tem se destacado ao elevar a qualidade nutricional de produtos, especialmente como fonte alternativa de proteína de alta qualidade em produtos como geleias, que, embora ricas em carboidratos, apresentam baixo conteúdo proteico. Desafios como a intensidade de cor, sabor e aromas característicos da biomassa microalgal, limitam sua aplicação. Portanto, a presente pesquisa objetivou incorporar biomassa de Chlorella e Spirulina em geleia de amora em diferentes concentrações, buscando elevar o conteúdo de nutrientes, sem comprometer a qualidade.
Material e Métodos
Cinco formulações foram elaboradas, sendo elas P (padrão, sem adição de microalgas), C1 (0,1% de Chlorella), C2 (0,5% de Chlorella), S1 (0,1% de Spirulina) e S2 (0,5% de Spirulina). Seguiu-se o procedimento padrão de obtenção e concentração da polpa de amora para elaboração de geleias, diferenciando-as pela adição das respectivas microalgas ao final no processo. As formulações foram caracterizadas quanto ao pH, sólidos solúveis totais, atividade de água, acidez total titulável, cor, composição centesimal (umidade, cinzas, lipídeos, proteínas e carboidratos), bem como a atividade antioxidante total, e comparadas estatisticamente com 95% de confiança.
Resultados e Discussão
As características físico-químicas e de aparência atenderam ao esperado para geleias em geral, em coerência com outros autores. Entretanto, a adição 0,5% de Spirulina provocou diferença significativa de coloração nos parâmetros a* e b* devido à presença de ficocianina (pigmento azul-esverdeado) na biomassa. Quanto à composição, houve melhora significativa (p<0,05) do teor proteico entre a formulação P (1,34%) e a formulação C2 (2,04%), destacando a adição de 0,5% de Chlorella. A atividade antioxidante, representada pela inibição do radical DPPH foi superior a 80% para todas as formulações, uma vez que amoras são ricas em compostos fenólicos antioxidantes, não havendo diferença significativa entre elas (p>0,05) em função dos baixos teores de microalgas adicionados.
Conclusão
Conclui-se que, embora as características sensoriais limitem a adição de teores mais elevados de microalgas, sua incorporação em geleias pode promover melhoria do conteúdo proteico, especialmente através da adição de Chlorella.
Área
Alimentos não convencionais: fontes alternativas
Instituições
Instituto Federal Catarinense - Santa Catarina - Brasil
Autores
KARINE MICHELE KERN, Álvaro VARGAS, Cristiane FAGUNDES, Nei FRONZA, Vanessa BIASI, Sheila Mello da SILVEIRA, Fabiana Bortolini FORALOSSO, Andreia DALLA ROSA, Caroline BOSCO