Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE RESÍDUOS DO CAROÇO DE AÇAÍ (Euterpe Oleracea)

Introdução

No Brasil, o consumo de frutas é muito comum e libera uma grande quantidade de resíduos, com propriedades químicas e nutricionais ainda pouco exploradas, como é o caso do resíduo do caroço de açaí. Dessa forma para que as propriedades dos compostos presentes nesse tipo de resíduo sejam exploradas é necessário verificar potenciais riscos de toxicidade. Assim este estudo teve como objetivo analisar a mutagenicidade do extrato etanólico obtido a partir do caroço do açaí (Euterpe Oleracea).

Material e Métodos

Para isso foram verificados os níveis mutagênicos dos resíduos do caroço de açaí (Euterpe Oleracea) determinados por meio do teste Allium cepa. O extrato usado foi o resíduo do caroço de açaí tratado com ácido sulfúrico (H2SO4) 1%. A solução do resíduo foi diluída em cinco concentrações (500mg, 250mg, 125mg, 65,2mg e 31,2mg) e as sementes foram coletadas por um período de descanso na solução de açaí 24, 48 e 72 horas.

Resultados e Discussão

A análise dos resultados revelou que o índice mitótico diminui com o aumento da frequência dos dias de coleta e do aumento da concentração da solução. Observou-se que a concentração de 65,2mg teve maior crescimento na divisão celular de 13,3%, entretanto apresentou uma menor divisão em comparação ao controle negativo (H2O), que apresentou 93,2% de crescimento celular, e também ao controle positivo (colchicina), que por sua vez, também teve crescimento maior por volta de 74,3%. Além disso, foi observado um aumento de 1,56% de anomalias, contrastando com as aberrações do controle positivo (colchicina) de 26,8%. A contagem de células aberrantes revelou a prevalência de células binucleadas, que estão em distúrbio mitótico, destruição celular e necrose.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que quanto maior o tempo de exposição, menor a divisão mitótica e também o crescimento de células anômalas, esses resultados indicam que o açaí apresenta baixo potencial mutagênico, o que significa menor risco de desenvolvimento de câncer.