Dados do Trabalho


Título

Obtenção de concentrado proteico a partir de resíduos da extração de óleo da amêndoa de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) - avaliação da aplicação de ultrassom nas propriedades tecnológicas

Introdução

O pequi é fruto da planta pequizeiro, cujo nome científico é Caryocar brasiliense Camb., e ocorre nas regiões de Cerrado brasileiro. O fruto possui uma importância econômica nesse bioma e o seu processamento gera diferentes resíduos que não são devidamente aproveitados, como o caroço. No interior do caroço há uma amêndoa que pode ser utilizada para obtenção de óleo, gerando como subproduto uma torta desengordurada rica em proteínas. As proteínas podem ser extraídas por diferentes métodos, sendo o método convencional a extração alcalina (EA). No entanto, existem técnicas capazes de reduzir o tempo de processo e aumentar o rendimento da extração, entre elas a extração assistida por ultrassom (EAU).

Material e Métodos

O objetivo deste trabalho foi obter um concentrado proteico a partir da torta desengordurada da amêndoa do pequi utilizando a EAU, caracterizar o concentrado quanto sua composição centesimal e propriedades tecnológicas (índices de absorção em água e óleo, solubilidade em água, capacidade de formação de gel e formação de espuma), e comparar com o concentrado proteico obtido pela EA. Inicialmente, foram realizadas otimizações dos parâmetros para determinar as melhores condições de extração e foi comparado o rendimento da proteína extraída em cada um dos métodos.

Resultados e Discussão

Para a EA, os pHs ideais foram 9,5 (alcalino) e 4,8 (ácido). Já para a EAU, foram realizadas extrações com 50 ml de solvente, e os parâmetros otimizados foram: potência de 320 W, uma proporção de amostra para solvente de 1:15,17 e tempo de 15 minutos. Verificou-se que a EA apresentou um rendimento de 40,1%, com uma concentração de proteínas de 78,8%. Já a EAU, alcançou um rendimento mais significativo, atingindo 49%, e uma concentração de proteínas de 82,8%. Ao analisar a composição centesimal e as propriedades tecnológicas dos concentrados proteicos obtidos, verificou-se diferenças significativas apenas na capacidade de formação de espuma, no qual o concentrado obtido com EAU apresentou maior capacidade espumante.

Conclusão

Esses resultados destacam o potencial promissor da EAU como uma abordagem eficaz para aumentar o rendimento da extração proteica em um menor tempo de processamento.

Área

Processos e tecnologias emergentes

Instituições

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras - São Paulo - Brasil

Autores

FELIPE PIRES RIBEIRO, Rafael Silva Naito, Beatriz Santos Galvão, Kayu Kazuo Toyonaga, Sungil Ferreira, Cassia Roberta Malacrida