Dados do Trabalho


Título

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO LÍPIDICA DO ÓLEO DE AMÊNDOA DE BUTIÁ

Introdução

O butiá (butia sp.) é um dos gêneros de palmeiras que produz frutos, possuindo cerca de dez espécies originárias do Estado do Rio Grande do Sul. Para cada 100g do fruto inteiro, 56,58 g equivalem ao peso da polpa, 22,94 g ao caroço e 20,48 g de casca e parênquima úmido. Suas amêndoas contêm 50% de lipídios e surgem, assim, como opção de elevado valor energético com potencial exponencial para extração de óleo. O presente estudo objetiva avaliar a variação da composição lipídica do butiá (butia capitata) durante os anos 2021, 2022 e 2023.

Material e Métodos

As amostras foram obtidas na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, na Palma/UFPel. Os caroços do fruto foram quebrados manualmente e o óleo foi extraído por Bligh Dyer. A composição de ácidos graxos foi determinada por cromatografia gasosa (CG) e detector de ionização à chama (AOCS Ce 1-62).

Resultados e Discussão

Os principais ácidos graxos identificados, equivalentes respectivamente às suas porcentagens (%) nos anos de 2021/ 2022/ 2023, foram: ácido capróico (0,97/ 0,88/ 1,01), caprílico (15,45/ 14,94/ 15,78), cáprico (19,16/ 18,59/ 19,27), láurico (33,57/ 33,01/ 33,56), mirístico (6,89/ 6,93/ 6,35), palmítico (4,13/ 4,71/ 4,19), palmitoleico (0,53/ 0,67/ 0,49), esteárico (2,13/ 1,98/ 2,05), oleico (12,15/ 12,38/ 12,43), linoleico (3,48/ 3,71/ 3,59) e linolênico (1,54/ 2,2/ 1,28). Quanto à porcentagem (%) de ácidos graxos saturados e insaturados, respectivamente, obteve-se no ano de 2021, 82,3 e 17,7%, em 2022, 81,04 e 18,96%, e em 2023 82,21 e 17,79%.

Conclusão

Verifica-se que mesmo com a variação climática que ocorre naturalmente entre os anos, os lipídeos variaram muito pouco em sua composição, o que ressalta a forte expressão genética da planta. Apesar de apresentar quantidade significativa de ácidos graxos saturados, tendo como majoritários o ácido láurico, são todos de cadeia curta ou média, sendo absorvidos com rapidez e sem efeitos adversos ao colesterol LDL, similarmente ao óleo de coco e de palmiste. Têm-se, portanto, que, embora ainda pouco explorado, o óleo da amêndoa de butiá é opção saudável, rica nutricionalmente e com um componente de segurança alimentar, visto que apesar de fatores externos, sua quantidade e características se mantém estáveis.

Área

Alimentos funcionais e nutrição

Instituições

Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LUCAS DA SILVA BARBOZA, GABRIELA AVELLO CREPALDI, RAQUEL MOREIRA OLIVEIRA, KÁTIA GOMES DA SILVA, RUI CARLOS ZAMBIAZI