Dados do Trabalho

Título

NOVAS REGRAS PARA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS: COMPREENSÃO E IMPACTO NA ESCOLHA DOS CONSUMIDORES

Introdução

A legislação que regulamenta a rotulagem nutricional de alimentos no Brasil foi atualizada pela ANVISA em 2020, com prazo para que as empresas de alimentos adequassem os rótulos dos seus produtos a partir de 2022. As principais mudanças solicitadas na tabela nutricional foram os valores nutricionais para 100 g do produto, o número de porções por embalagem e a informação sobre o conteúdo de açúcares totais e açúcares adicionados. A mudança mais significativa foi a rotulagem frontal que obriga destacar na parte frontal da embalagem que o produto é alto em açúcar adicionado, alto em sódio e/ou alto em gordura saturada. Considerando a importância da compreensão das informações contidas nos rótulos para que se possa fazer melhores escolhas alimentares, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o que os consumidores entendem da rotulagem de alimentos.

Material e Métodos

Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, 36 consumidores, divididos em três grupos, participaram de sessões de grupo de foco. O moderador apresentou as questões e a discussão se desenvolveu enquanto os participantes observavam embalagens de alimentos. Numa segunda etapa, 106 consumidores responderam um formulário eletrônico com perguntas relacionadas à rotulagem.

Resultados e Discussão

Do grupo de foco, a maior parte dos consumidores relatou dificuldades em interpretar as informações pela linguagem técnica, considerando açúcares, gorduras e sódio como nutrientes não saudáveis e que as informações relevantes na hora da compra são calorias e quantidade de ingredientes. Sobre as novas regulamentações, o que agradou os consumidores foi a coluna dos nutrientes calculados para 100 g do produto e o selo de rotulagem frontal.

Conclusão

Com as respostas do formulário eletrônico, foi possível concluir que a data de validade é a informação mais relevante (87,7%), seguida do peso (48,1%), da lista de ingredientes (46,2%) e da tabela nutricional (41,5%). A decisão de compra é influenciada pelo preço (95,3%), marca (73,6%), quantidade (42,5%), selo de qualidade (31,1%) e baixo valor calórico (30,2%). Quanto ao selo frontal, a percepção dos entrevistados é que ele auxilia no entendimento (41,5%), ajuda na escolha do produto (29,2%), influencia na desistência de compra (11,3%) e assusta (7,5%).