Dados do Trabalho


Título

POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO BAGAÇO DE AZEITONA FERMENTADO POR Rhizopus oryzae

Introdução

A produção de azeitonas no Brasil vive uma fase de crescimento impulsionada pela expansão dos cultivos de oliveiras, principalmente nas regiões da Serra da Mantiqueira e Rio Grande do Sul, para a fabricação de azeite extravirgem. Tal aumento na produção também resulta em uma quantidade considerável de subprodutos, como o bagaço de azeitona (BA), que é normalmente aproveitado com técnicas de compostagem. Nesse contexto, surge a necessidade de explorar novas formas de valorizar esse subproduto agroindustrial para a obtenção de compostos bioativos e antioxidantes, a partir do método de fermentação em estado sólido (FES). O objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial do bagaço de azeitona fermentado por Rhizopus oryzae como fonte de compostos fenólicos.

Material e Métodos

Para obtenção do bagaço de azeitona fermentado (BAF), o BA foi utilizado como substrato para o R. oryzae durante 96 h, a 30 ºC. Em seguida, os compostos fenólicos livres e ligados foram extraídos do BA e BAF, quantificados pelo método de Folin-Ciocalteau e realizadas análises para determinar a atividade antioxidante por DPPH.

Resultados e Discussão

Através das análises das amostras de BA e BAF, foram obtidos compostos fenólicos livres em 8,92 ± 0,23 e 19,46 ± 0,47 mg/g de ácido gálico, respectivamente, apresentando um aumento de 118,2% com a FES. Quanto aos
compostos fenólicos ligados, foram encontrados valores para BA de 2,37 e para BAF de 1,57 mg de ácido gálico g-1, demonstrando um decréscimo de 33,8%. Para a atividade antioxidante de DPPH, foram obtidos 59,02 ± 1,58 (BA) e 78,14 ± 0,63 (BAF), em porcentagem de inibição, para compostos fenólicos livres e 76,39 ± 0,87 (BA) e 35,41 ± 0,66 (BAF) para compostos fenólicos ligados.

Conclusão

Foi possível avaliar que o R. oryzae adaptou-se às condições de fermentação impostas e ao substrato, gerando uma biomassa com melhor atividade antioxidante, quando comparada à biomassa não fermentada, com a liberação de mais compostos fenólicos ligados que ainda estavam complexados com a matriz do BA. Tais resultados são fundamentais para promover alternativas sustentáveis e inovadoras para o melhor aproveitamento de resíduos agroindustriais, podendo ser aplicadas no desenvolvimento de novos subprodutos enriquecidos naturalmente a partir
de métodos fermentativos.

Área

Processos biotecnológicos para produção de alimentos e bioinsumos

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MARCELO DE PAULA CAMPOS, BRUNO MARQUES GOMES, ANELISE CHRIST RIBEIRO, VERÔNICA SIMÕES DE BORBA, REJANE MACEDO MARTINS, LARINE KUPSKI