Dados do Trabalho
Título
EMPREGO DA FARINHA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum) COMO MATERIAL DE PAREDE NA MICROENCAPSULAÇÃO DE Pediococcus pentosaceus
Introdução
O encapsulamento de probióticos é uma tecnologia que ainda está causando impacto na indústria alimentícia, pois é uma alternativa que permite manter a viabilidade e a liberação controlada das bactérias, que podem ser transportadas juntamente com materiais prebióticos. Nesse contexto, a utilização da farinha de cupuaçu (Theobroma grandiflorum), derivada dos resíduos da fruta (cascas e sementes), destaca-se como uma opção promissora devido ao seu teor de fibra, proteína e compostos antioxidantes. Este estudo teve por objetivo desenvolver e caracterizar microcápsulas de Pediococcus pentosaceus utilizando alginato de sódio e farinha de cupuaçu como materiais de parede.
Material e Métodos
A técnica de spray drying foi utilizada para preparar 3 tratamentos: CC (1% de alginato de sódio, 1% de inulina), C1 (1% de alginato de sódio, 1% de inulina e 1% de farinha de cupuaçu) e C2 (1% de alginato de sódio e 1% de farinha de cupuaçu). As microcápsulas foram submetidas a análises físico-químicas como umidade, dispersibilidade e higroscopicidade. Além disso, foram realizadas análises de FTIR e eficiência de viabilidade probiótica. A sobrevivência probiótica também foi avaliada após 30 dias de armazenamento.
Resultados e Discussão
Os resultados mostraram baixa umidade (4,70% - 4,94%), boa dispersibilidade (89% - 90%) e higroscopicidade dentro de uma faixa adequada (0,36 - 0,53), em que os tratamentos não diferiram significativamente entre eles (p > 0,05). Esses resultados podem ser atribuídos a fatores como temperatura de entrada de ar durante a encapsulação e composição dos materiais de parede. Os dados de FTIR evidenciaram uma interação química benéfica entre os componentes dos materiais encapsulantes, destacando a contribuição da farinha de cupuaçu, que enriquece as microcápsulas probióticas com carboidratos, lipídios e polissacarídeos. A eficácia da encapsulação variou entre 71,06% (CC) e 95,02% (CI), sendo especialmente notável naqueles que incluíam farinha de cupuaçu. Após 30 dias de armazenamento, foi demonstrado que as cápsulas mantêm uma viabilidade do Pediococcus pentosaceus superior a 6,41 log UFC/g.
Conclusão
Desta forma, a farinha de cupuaçu é uma opção promissora para o desenvolvimento de microcápsulas probióticas, demonstrando características desejáveis em termos de umidade, dispersibilidade e higroscopicidade, bem como uma interação química benéfica entre os componentes dos materiais encapsulantes.
Área
Alimentos funcionais e nutrição
Autores
KATHERINE GUTIERREZ ALZATE, Gabriele BARRETO, Leticia RODRIGUES, José SILVA, Marion COSTA