Dados do Trabalho

Título

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE HORTALIÇAS E QUALIDADE DO SOLO NA REGIÃO MONTANHOSA DA MATA ATLÂNTICA CAPIXABA

Introdução

A produção de hortaliças é uma das principais atividades agrícolas da região serrana do Estado do Espírito Santo. Nesta região, o sistema de produção familiar é dominante, mantendo a família no meio rural e contribuindo fortemente para a qualidade socioeconómica da região. Esta região está localizada em área montanhosa do Bioma Mata Atlântica, sua conversão para hortaliças contribui para a degradação do Bioma e de seus solos. Os sistemas de produção são geralmente submetidos a sistemas de cultivo intensivos e insustentáveis, promovendo erosão do solo, e redução na produtividade das culturas e na qualidade de vida dos agricultores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de hortaliças e as características físicas e biológicas do solo em duas épocas do ano em agroecossistemas de produtores familiares no sistema plantio direto em transição para o agroecológico (SPD) durante 3, 5 e 9 anos em comparação ao sistema de manejo convencional (CT).

Material e Métodos

Foram avaliados a produção vegetal (avaliando a produção média por hectare) e atributos físicos do solo ( densidade do solo, porosidde total, macro e microporosidade, estabilidde de agregados e resistência do solo a penetração) e da matéria orgânica do solo (estoques de C e N, C e N da biomassa microbiana/mineralizável, emissão de CO2).

Resultados e Discussão

O SPD apresentou, em geral, maior porosidade total que os sistemas CT. As principais diferenças entre os sistemas foram encontradas nos atributos orgânicos e nos estoques de C e N. O teor de biomassa microbiana C nos SPD com 3, 5 e 9 anos foi de 767,5; 326,5; 210,0 mg Kg-1 enquanto as áreas com CT tiveram 93,75; 78,25; 45,75 mg Kg-1, respectivamente. O estoque de C no inverno na área 9SPD foi de 33,0 e 41,5 Mg ha-1 e a respectiva área no CT apresentou apenas 21,75 e 25,00 Mg ha-1 nas profundidades de 0-10 e 10 -20 cm, respectivamente.

Conclusão

As áreas sob o SPD estão promovendo menores emissões de C-CO2 do que o sistema CT, além de reduzir a infestação de nematoides, doenças, e melhorar a biodiversidade e qualidade do solo em áreas de agricultura familiar de relevo serrano do Bioma Mata Atlântica.