Dados do Trabalho


Título

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE PEIXES COMERCIALIZADOS NO MERCADO MUNICIPAL DE HUMAITÁ – AM

Introdução

Na Amazônia o pescado se apresenta como a principal fonte de proteína, principalmente para as populações que habitam as margens dos rios, os denominados ribeirinhos. Porém, a realidade ambiental e social tem causado preocupação em relação a segurança alimentar destes povos, uma vez que na região os centros comerciais são montados de forma improvisada em locais próximos à margem dos rios. Ainda, muitas vezes sem estrutura higiênico-sanitária para a venda de produtos perecíveis, sem garantia de inocuidade do pescado comercializado e tampouco que estes estejam frescos. Visto isso, este trabalho teve como objetivo investigar os parâmetros físicos (tamanho, peso e temperatura) e a qualidade físico-química (pH e Bases Voláteis Totais - BVT) em diferentes espécies de peixes.

Material e Métodos

Amostras de Matrinxã (Brycon falcatus) (n=24), Pacu (Mylossoma duriventre) (n=24), Tambaqui (Colossoma macropomum) (n=24), Jatuarana (Brycon amazonicus) (n=24) e Pescada (Plagioscion squamosissimus) (n=7) foram coletados no mercado municipal de Humaitá - AM. As análises foram realizadas usando metodologias oficiais de acordo com o Manual de Métodos para Análise de Pescados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Resultados e Discussão

O peso e tamanho das amostras das cinco espécies de peixes analisadas alternaram entre faixas de 15,8 cm a 36,5 cm e 201,4 g a 1.692,70 g. As temperaturas médias de comercialização variaram entre 11,8 °C e 16,5 °C, sendo que 100% das amostras estavam em desacordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Peixe Fresco que estabelece temperatura ideal de conservação próxima a do ponto de fusão do gelo (0 °C). Todas as amostras atenderam aos critérios de qualidade com relação ao pH (< 7,0). Por outro lado, para BVT, 4,2% das amostras de Matrinxã e 33,3% das amostras de Pescada estavam impróprias para o consumo (> 30 mg N/100 g).

Conclusão

Estes resultados demonstram deficiência na manutenção ideal de condições para comercialização do peixe fresco e sugerem a necessidade de treinamento dos comerciantes sobre o adequado armazenamento e conservação de peixes. A segurança deste produto como alimento é preocupante, visto que na região o peixe é comercializado inadequadamente fresco, apresentando-se como um risco à saúde do consumidor.

Área

Química, bioquímica e físico-química de alimentos

Autores

JOSÉ WILKER DE AMARAL, Flávia Beatriz Custódio, José Maria Soares, Luciana Albuquerque Caldeira Rocha, Maria Beatriz Abreu Glória