Dados do Trabalho


Título

AVANÇOS NA PRODUÇÃO ALTERNATIVA DE QUITINA E QUITOSANA: EXPLORANDO O EXOESQUELETO DO INSETO COMESTÍVEL Blaptica dubia

Introdução

A exploração do exoesqueleto de insetos comestíveis como fonte de quitina e quitosana é uma alternativa inovadora. Este resíduo é proveniente da criação dos insetos e representa uma oportunidade para a obtenção desses biopolímeros, oferecendo uma alternativa sustentável e economicamente viável, além de promover a inovação na indústria alimentícia, impulsionando o desenvolvimento de produtos alinhados com as demandas atuais de ecoeficiência. Assim, como alternativa às fontes convencionais (mariscos), o objetivo do trabalho foi utilizar o exoesqueleto de diferentes estágios de desenvolvimento (ninfa e besouro adulto) do inseto Blaptica dubia para obtenção de quitina e quitosana.

Material e Métodos

A quitina foi extraída em três etapas (desmineralização, desproteinização e descoloração) e posteriormente desacetilada para obtenção da quitosana. Foi avaliado o rendimento para quitina e quitosana, e o grau de desacetilação, solubilidade, espectroscopia infravermelho (FTIR), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e viscosidade aparente para a quitosana. A quitosana comercial sigma foi utilizada como referência.

Resultados e Discussão

O rendimento da extração de quitina a partir do exoesqueleto da ninfa e do besouro foi de 19,23 e 15,68% e o rendimento da quitosana obtida a partir da massa seca de quitina foi de 75,07 e 75,75%, respectivamente. O rendimento de quitosana está condizente com os valores relatados para fontes convencionais (camarão e caranguejo), que varia de 71 a 90%. O grau de desacetilação e a solubilidade da quitosana são características que afetam suas propriedades e aplicações. Os valores encontrados para o exoesqueleto da ninfa e do besouro (75,75 - 69,88 % e 86,33 - 92,80 %, respectivamente), foram compatíveis aos da quitosana comercial avaliada (81,46% e 94,39%). Para a caracterização do polímero pelas técnicas de FTIR e MEV, foi possível observar consistência com o grau de desacetilação da quitosana obtida, permitindo assim, a diferenciação entre quitina e quitosana. A viscosidade das quitosanas foi de 224,71 e 212,35 mPa.s, valor próximo ao da quitosana comercial (249,86 mPa.s), que reduziu à medida que a taxa de cisalhamento aumentou, confirmando a pseudoplasticidade.

Conclusão

Os resultados demonstram que os resíduos (exoesqueleto) proveniente da criação de inseto podem ser usados para obtenção alternativa de quitina e quitosana, com rendimento e características para diferentes aplicações.

Área

Sustentabilidade na cadeia produtiva de alimentos

Instituições

Universidade de Salvador - Bahia - Brasil, Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

CAROLINA OLIVEIRA DE SOUZA, Sinara S. Machado, Jania Betânia Alves Silva, Renata Quartieri Nascimento, Paulo Vitor França Lemos, Denilson Jesus Assis, Henrique Rodrigues Marcelino, Lucas Guimarães Cardoso, Jamille S. Santana