Dados do Trabalho
Título
Ocorrência de aflatoxinas em castanha-do-Brasil de diferentes regiões brasileiras da safra 2023 e entre safra (seca extrema 2023)
Introdução
Aflatoxinas são agentes tóxicos produzidos por fungos que podem contaminar a castanha-do-Brasil, causar danos hepáticos ou câncer ao consumidor seja por exposição aguda ou crônica. Tal contaminação depende de variáveis ambientais como temperatura e umidade relativa, por isso, condições do ambiente como as alterações climáticas de eventos como La nina e El nino, têm afetado mundialmente a produtividade e qualidade sanitária de alimentos. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência da seca extrema (setembro a novembro) na entre safra da castanha-do-Brasil quanto a contaminação por aflatoxinas (B1+B2+G1+G2), em comparação ao período de chuvas (janeiro a maio).
Material e Métodos
Os níveis de aflatoxinas foram quantificados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).
Resultados e Discussão
Foram coletadas amostras de diferentes regiões do estado do Amazonas diretamente de comunitários. Para as amostras obtidas durante o período de chuvas o teor médio de aflatoxina total foi 4,22 (0 – 10,4) ug/kg já para as amostras obtidas durante a seca extrema o nível de aflatoxina total foi 9,89 (5,62 – 15,93) ug/kg. Deste modo, é possível observar que a contaminação no período de seca foi 2,34 vezes maior em relação às amostras do período de chuva. Infere-se que quando há situações de estresse para o microrganismo, gerado neste caso pela baixa umidade e altas temperaturas presentes em período de seca na região amazônica, os fungos realizam metabolismo secundário para economizar energia, e assim a produção de toxinas é priorizada como forma de defesa. Essas toxinas são liberadas quando as células do fungo não encontram mais condições de sobrevivência, aumentando assim a contaminação da matéria-prima. Tais resultados demonstram a tendência de que o fungo libera toxina em maior quantidade em condições de seca, o que já foi reportado por outros autores, quando avaliadas a seca na África para produtos de milho e trigo, por exemplo. Nesse contexto, faz-se necessário o monitoramento continuo nas próximas safras.
Conclusão
Tais resultados demonstram a tendência de que o fungo produz toxina em maior quantidade em condições de seca, o que já foi reportado por outros autores, quando avaliadas a seca na África para produtos de milho e trigo, por exemplo. Nesse contexto, faz-se necessário o monitoramento nas próximas safras, relacionando as condições climáticas com as condições de armazenamento e aeração.
Área
Toxicologia e microbiologia de alimentos
Instituições
Universidade Federal do Amazonas - Amazonas - Brasil
Autores
JANAINA SANTOS BARRONCAS, SAMIR de CARVALHO BUZAGLO PINTO, ARIANE MENDONÇA KLUCZKOVSKI, LÚCIA BEATRIZ de CASTRO CORREA, MARIA LUANA ARAÚJO VINHOTE