Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DO TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NO CAROÇO DE AÇAÍ EM DIFERENTES REGIÕES DO PARÁ

Introdução

O Pará, maior produtor de açaí (Euterpe oleracea) no Brasil, enfrenta desafios significativos relacionados ao descarte de resíduos decorrente da produção do açaí. Esses resíduos representam cerca de 83% do volume total do fruto e muitas vezes são descartados de forma inadequada, contribuindo para problemas ambientais. Visando uma gestão mais sustentável desses resíduos, este estudo centra-se no aproveitamento dos caroços de açaí para o desenvolvimento de bioprodutos, com foco específico nos taninos condensados, que são valorizados por seu potencial de alta agregação de valor, devido seu uso na formulação de couros pesados, agentes antioxidantes, aditivos em bebida, agentes floculantes, entre outros bioprodutos

Material e Métodos

Para isso, foram selecionados caroços de açaí das regiões de São Sebastião da Boa Vista e Abaetetuba, ambas na região do Pará. Amostras desses caroços, originárias de diferentes ambientes de cultivo (várzea, igapó e terra firme), foram submetidas a um processo que incluiu limpeza, secagem a 60° C e moagem. As análises dos taninos condensados foram realizadas em triplicata utilizando um espectrômetro, que foram expressos em base seca e analisados estatisticamente por meio de ANOVA

Resultados e Discussão

Os resultados revelaram diferenças significativas entre as duas regiões estudadas. Os caroços de açaí de São Sebastião da Boa Vista na área de várzea apresentaram uma concentração de taninos condensados de 195,17 ± 0,67 mg/ml e igapó de 120,49±1,39 mg/ml enquanto que os de Abaetetuba da área de várzea mostraram uma concentração de a 67,20 ± 0,71 mg/ml e terra firme de 126,33±0,60 mg/ml

Conclusão

Essas variações indicam que o conteúdo de taninos condensados nos caroços de açaí podem variar consideravelmente dependendo da região de origem. Essa descoberta possibilita o aproveitamento dos resíduos baseando-se na concentração de taninos específica para cada produção de bioproduto, podendo maximizar o valor agregado a esse processo de obtenção de taninos condensados, agregando valor, desenvolvimento e contribuição para a sustentabilidade da cadeia produtiva do açaí. Portanto, os resultados obtidos durante o estudo demonstram a viabilidade de utilização dos caroços de Euterpe oleracea para obtenção de bioprodutos formulados com base nos taninos condensados presentes no caroço, viabilizando o reaproveitamento de resíduos da cadeia produtiva de açaí da região Norte.